CRÔNICAS

Das cinzas do museu: uma pátria, muitas línguas (versão em espanhol)

Em: 27 de Dezembro de 2015 Visualizações: 30398
Das cinzas do museu: uma pátria, muitas línguas (versão em espanhol)

"Este museu de tudo (...) / é mais do que um museu de tudo: / 

é um circo-feira,é um teatro / onde o tudo está vivo e em uso".

 (João Cabral de Melo Neto - Museu de Tudo)

 

O Museu da Língua Portuguesa ali, no coração da Cracolândia, em São Paulo, em dez anos de existência foi visitado algumas vezes por mim, uma delas na companhia de um índio guarani. Cada vez saí de lá deslumbrado por conta do que presenciara, mas também bastante incomodado, confesso, pelo que gostaria de ter visto e a exposição não me mostrara.

Um trágico incêndio destruiu nesta semana o prédio, os equipamentos e tudo o que era material, mas a alma do Museu foi salva porque todo seu acervo é virtual. No momento em que se discute sua recriação, parece oportuno refletir sobre o que deve permanecer e o que deve ser acrescentado no novo que ressurgirá das cinzas.

O voo da palavra

O que existe de tão fascinante no acervo virtual que merece ser reincorporado? Em primeiro lugar, as formas criativas de musealizar a língua. Qualquer michel-temer sabe que "verba volant". Como aprisionar o som? É possível pegar a fumaça com a mão e guardá-la no bolso? O que mostrar quando o patrimônio é imaterial e intangível? Como expor símbolos, melodias, ritmos, entoações, cadências e sequências sonoras com significado? O desafio foi respondido com uso de tecnologia de ponta e recursos interativos que fizeram a alegria de quase 500 mil visitantes por ano, incluindo crianças, jovens, estudantes de todos os níveis de ensino.

 Essa forma revolucionária, lúdica e até espetacular de tratar a língua portuguesa, de celebrá-la, de dar uma visão sobre sua estrutura e sua importância, de fazê-la amada e admirada, permitiram refinar o próprio conceito de museu e redefinir suas funções. Cada visita me fazia lembrar o Museu Maguta, em Benjamin Constant (AM), onde os Ticuna musealizaram os mitos de criação, que antes só circulavam oralmente, mas que agora estão materializados e expostos nos desenhos coloridos dos heróis míticos feitos pelo sábio Pedro Inácio.

- "Museu é um lugar para colorir o pensamento" - concluiu magistralmente o ticuna Diodato Aiambo. É isso. O Museu da Língua Portuguesa coloriu pensamentos, saberes, canções, poesias, lembranças, memória. Por isso, acabou confirmando a redefinição poética de outro ticuna, Liverino Otávio, para quem "museu é um lugar de tudo, um lugar que serve para guardar nosso futuro" ou na representação de seu colega Orácio Ataíde "um lugar que segura as coisas do mundo".

As cores da voz, os sabores da fala, os cheiros da palavra - tudo estava magicamente exposto no Museu incendiado, que assim "segurava" a língua e com ela guardava nosso futuro. "Existem várias línguas faladas em português" - disse Saramago - e elas estavam lá em todo seu esplendor, ocupando os três andares, as exposições temporárias, a galeria, os totens e painéis, as áreas com atividades interativas e a praça da língua.

Mas se lá resplandecia "a última flor do Lácio" e se lá a diversidade do português estava contemplada, lá não desabrocharam "as primeiras flores de Pindorama". O Museu levou ao pé da letra  o verso de Bilac:  "És, a um tempo, esplendor e sepultura". Sepultou outras línguas faladas no Brasil: as indígenas, da mesma forma que as de origem africana e as de imigração.

O desconforto

Esse foi o incômodo que senti, em maior profundidade ainda, quando vi a exposição com os olhos de meu amigo guarani. Ele ficou encantado e ao mesmo tempo decepcionado, porque a exposição do Museu da Língua Portuguesa, numa visão glotocêntrica presente no próprio nome, representava o Brasil como um país unilíngue. Viu que o guarani e demais línguas indígenas só apareciam marginalmente como elementos formadores do português do Brasil, como algo do passado, e não como instituições vivas que, embora discriminadas, continuam sendo faladas, cantadas, rezadas, ensinadas, hoje em nosso país.

O "lugar de tudo" exige um Museu de Todas as Línguas Faladas no Brasil e não apenas um Museu da Língua Portuguesa. O foco prioritário do novo museu deve incidir, indiscutivelmente, sobre o português, que é a língua nacional e hoje língua de comunicação interétnica entre os próprios índios. No entanto, deve abrir espaço para as línguas vivas que, embora minorizadas, fazem parte da diversidade linguística do país, com 11 delas já declaradas línguas cooficiais em 13 municípios brasileiros.

O Censo do IBGE de 2010 encontrou 30 línguas de imigração e 274 línguas indígenas autodeclaradas (180 segundo os linguistas) - dados aproximados, pois a definição de língua está sempre em discussão. Três delas foram reconhecidas recentemente como referência cultural brasileira pelo IPHAN: o guarani - falado também em outros países do Mercosul, o Assurini do Tocantins (PA) e o Talián, trazida por migrantes do norte da Itália para o sul do Brasil. Essas três línguas foram documentadas e fazem parte agora do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). O processo continua com inventários de outras línguas.

O Museu muito ganhará se, ao reservar um espaço ao processo histórico que tornou o português a língua hegemônica do Brasil, representar a situação de contato com mais de 1.300 línguas que eram aqui faladas no séc. XVI. Mais de 1.000 delas foram extintas em cinco séculos, outras resistem hoje com seus falantes, que felizmente teimam em usá-las. Dar visibilidade a essas línguas, mostrar que enriquecem o patrimônio nacional e da humanidade pode contribuir para cessar o glotocídio que continua na discriminação a elas por escolas, mídia, museus e centros culturais.

 

- A história da América - escreveu Bartomeu Meliá - é também a história de suas línguas, que temos de lamentar quando já mortas, que temos de visitar e cuidar quando doentes, que podemos celebrar com alegres cantos de vida quando faladas.

A visão nacionalisteira de "uma pátria, uma língua" deve ser substituída, em um país multilíngue como o Brasil, por "uma pátria, muitas línguas". O incêndio de cinco séculos que vem devorando essa diversidade precisa ser combatido e, no rescaldo, apagados os focos e as brasas glotocidas que continuam acesas. Que o novo museu ressurgido das cinzas celebre as línguas aqui faladas. Quando eu lá voltar, com meu amigo guarani, ele se sentirá orgulhoso como todos os brasileiros e não envergonhado e humilhado. (Ah!, por favor, depois do museu reconstruído, não esqueçam o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, o Laudo Técnico de Segurança e o Alvará de Funcionamento; que não havia no museu incendiado).

P.S. Referências bibliográficas: 1) Stradelli, E. Vocabulário Português-Nheengatu, Nheengatu-Português. Cotia, SP. Ateliê Editorial. 2014. 2) Freire, José R.B. Rio Babel - a história das línguas na Amazônia (EDUERJ 2011, 2a. edição) e Da Fala Boa ao Português na Amazônia Brasileira, revista Ameríndia . Universidade de Paris VII (1983); 3) Volker Noll e Wolf Dietrich. O Português e o Tupi no Brasil. São Paulo. Editora Contexto.2010; 4) Bartomé Meliá. Pasado, Presente y Futuro de la lengua Guarani. Asunción. CEADUC/ISEHF. 2010

 

DE LAS CENIZAS DEL MUSEO: UNA PATRIA, MUCHAS LENGUAS

José Ribamar Bessa Freire

27/12/2015 - Diário do Amazonas

 "Este museo de todo (...) /es más que un museo de todo: / 

 es un circo-feria, un teatro /donde todo está vivo y en uso".

 (João Cabral de Melo Neto - Museu de Tudo)

Visité algunas veces el Museo de la Lengua Portuguesa allí, en el corazón de la Cracolândia en São Paulo en sus diez años de existencia, una de ellas en compañía de un indio guaraní. Todas las veces salí deslumbrado por lo que presenciara, pero también confieso que bastante incómodo, por lo que me gustaría ver y la exposición no muestra.

Un trágico incendio destruyó esta semana el edificio, los equipos y todo lo que era material, pero el alma del Museo se salvó porque todo su acervo es virtual. En el momento en que se discute su recreación, parece oportuno reflexionar sobre lo que debe permanecer y lo que debe añadirse a lo nuevo que resurgirá de las cenizas.

El vuelo de la palabra

¿Qué es lo que existe de tan fascinante en el acervo virtual que merezca ser reincorporado? En primer lugar, las formas creativas de musealizar la lengua. Cualquier michel-temer* sabe que "verba volant", las palabras se las lleva el viento. ¿Cómo aprisionar el sonido? ¿Podemos agarrar el humo con la mano y guardarla en el bolsillo? ¿Qué es lo que se puede mostrar cuando el patrimonio es inmaterial e intangible? ¿Cómo exponer símbolos, melodías, ritmos, entonaciones, cadencias y secuencias sonoras con significado? La respuesta al desafío se hizo con el uso de tecnología de punta y recursos interactivos que proporcionaron alegría a casi 500 mil visitantes por año, incluyendo niños, jóvenes, estudiantes de todos los niveles de enseñanza escolar.

Esa forma revolucionaria, lúdica y espectacular de tratar la lengua portuguesa, de celebrarla, de dar una visión sobre su estructura y su importancia, de hacerla amada y admirada, permitieron refinar el propio concepto de museo y redefinir sus funciones. Cada visita me recordaba el Museu Maguta, en Benjamin Constant (AM), donde los Ticuna musealizaron los mitos de creación, que antes solamente circulaban oralmente, pero que ahora están materializados y expuestos en los dibujos a  colores de los héroes míticos hechos por el sabio Pedro Ignacio.

- "Museo es un lugar para colorear el pensamiento" - concluyó magistralmente el ticuna Diodato Aiambo. Así, el Museo de la Lengua Portuguesa coloreó pensamientos, saberes, canciones, poesías, recuerdos, memoria. Por eso acabó confirmando la redefinición poética de otro ticuna, Liverino Otávio, para quien "museo es un lugar de todo, un lugar que sirve para guardar nuestro futuro" o en la representación de su colega Orácio Ataíde "un lugar que sostiene las cosas del mundo".

Los colores de la voz, los sabores del habla, los aromas de la palabra - todo estaba mágicamente expuesto en el Museo incendiado, que así "sustentaba" la lengua y con ella guardaba nuestro futuro. "Existen varias lenguas habladas en portugués" - dice Saramago - y ellas estaban allí en todo su esplendor, ocupando los tres pisos, las exposiciones temporarias, la galería, los báculos y pancartas, las áreas con actividades interactivas y la plaza de la lengua.

Pero si allí resplandecía "la última flor de Lacio" y la diversidad del portugués había sido contemplada, allí no brotaban "las primeras flores de Pindorama". El Museo siguió al pie de la letra  el verso de Bilac: "Eres, al mismo tiempo, esplendor y sepultura". Sepultó otras lenguas habladas en Brasil: las indígenas, de la misma forma que las de origen africano y las de inmigración.

El malestar

Por eso me sentí desconfortable, con mayor intensidad cuando vi la exposición a través de los ojos de mi amigo guaraní. Él se quedó encantado y al mismo tiempo decepcionado, porque la exposición del Museo de la Lengua Portuguesa, en una visión glotocéntrica, a comenzar por el propio nombre, representaba Brasil como un país unilingue. Vio que el guaraní y las demás lenguas indígenas solo aparecían marginalmente como elementos formadores del portugués de Brasil, como algo del pasado y no como instituciones vivas que aunque discriminadas, continúan habladas, cantadas, rezadas, enseñadas, hoy en nuestro país.

El "lugar de todo" exige un Museo de Todas las Lenguas Habladas en Brasil y no apenas un Museo de la Lengua Portuguesa. El foco prioritario del nuevo museo debe incidir, indiscutiblemente, sobre el portugués, que es la lengua nacional y hoy lengua de comunicación interétnica entre los propios indios. Entretanto, debe abrir espacio para las lenguas vivas que aunque minorizadas, hacen parte de la diversidad lingüística del país, con 11 de ellas ya declaradas lenguas co-oficiales en 13 municipios brasileños.

El Censo del IBGE de 2010 encontró 30 lenguas de inmigración y 274 lenguas indígenas auto-declaradas (180 según los lingüistas) - datos aproximados, pues la definición de lengua está siempre en discusión. Tres de ellas fueron reconocidas recientemente como referencia cultural brasileña por el IPHAN: el guaraní - hablado también en otros países del Mercosul, el Assurini de Tocantins (PA) y el Talián, lengua de migrantes del norte de Italia establecidos en el sur de Brasil. Estas tres lenguas fueron documentadas y hacen parte ahora del Inventario Nacional de la Diversidad Lingüística (INDL). El proceso continúa con inventarios de otras lenguas.

El Museo puede ganar mucho si al reservar un espacio para el proceso histórico que tornó el portugués en lengua hegemónica de Brasil, represente la situación de contacto con más de 1.300 lenguas que se hablaban aquí en el siglo XVI. Más de 1.000 ya se extinguieron en cinco siglos, otras resisten hasta hoy porque sus hablantes felizmente se obstinan en usarlas. Dar visibilidad a esas lenguas, mostrar que enriquecen el patrimonio nacional y el de la humanidad puede contribuir para frenar el glotocidio que continúa por la discriminación en las escuelas, en los medios de comunicación, en los museos y centros culturales.

- La historia de América - escribe Bartomeu Meliá - es también la historia de sus lenguas, que tenemos que lamentar cuando ya muertas, que tenemos que visitar y cuidar cuando enfermas, que podemos celebrar con alegres cantos de vida cuando son habladas.

La visión nacionalistera de "una patria, una lengua" debe ser sustituida, en un país multilingüe como Brasil, por "una patria, muchas lenguas". El incendio de cinco siglos que viene devorando esa diversidad precisa ser combatido y una vez superado, apagar los focos y las brasas glotocidas que continúan encendidas. Que el nuevo museo resurgido de las cenizas celebre las lenguas que aquí se hablan. Que cuando vuelva con mi amigo guaraní, él se sienta orgulloso como todos los brasileños, no avergonzado ni humillado. (Ah!, por favor, después de reconstruido el museo, no olvidar el Auto de Vistoria del Cuerpo de Bomberos, el Laudo Técnico de Seguridad y la Licencia de Funcionamiento; que no había en el  museo incendiado).

P.S. Referencias bibliográficas: 1) Stradelli, E. Vocabulário Português-Nheengatu, Nheengatu-Português. Cotia, SP. Ateliê Editorial. 2014. 2) Freire, José R.B. Rio Babel - a história das línguas na Amazônia (EDUERJ 2011, 2a. edição) e Da Fala Boa ao Português na Amazônia Brasileira, revista Ameríndia . Universidade de Paris VII (1983); 3) Volker Noll e Wolf Dietrich. O Português e o Tupi no Brasil. São Paulo. Editora Contexto.2010 4) Bartomé Meliá. Pasado, Presente y Futuro de la lengua Guarani. Asunción. CEADUC/ISEHF. 2010

* Michel Temer, vice-presidente de la República que rompió recientemente con la presidenta Dilma, le envió una carta, justificando que lo hacía por escrito citando el proverbio latino verba volant, scripta manent.

 

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22 Comentário(s)

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Yara Mattos comentou:
31/12/2015
Adorei a crônica, José Ribamar. Nós que trabalhamos com processos museológicos comunitários, precisamos ficar atentas a todas as questões colocadas por você e não só o Museu da Língua Portuguesa! Precisamos, urgentemente, recuperar das cinzas, as culturas autótones e as culturas afro-brasileiras, no nosso país! Yara Mattos/ Profª Departamento de Museologia/ Universidade Federal de Ouro Preto, MG.
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Ilmar Rohloff de Mattos comentou:
29/12/2015
Prezado Bessa, Duas coisas, muito rapidamente para não tomar o seu tempo (e poupar o meu nesses tempos de relatórios...) Um feliz Ano Novo para você e todos os seus entes queridos. E mais uma vez obrigado pela colaboração inestimável para o nosso (deles) livro sobre o Rio. E muito obrigado também pelos artigos/crônicas sempre muito bem escritos e com uma pertinência fora do comum, em meio a esse oceano de inutilidades e pobreza intelectual e moral. Ontem (dia da minha leitura) você foi demais - sem exagero: maravilhoso. E, pelo meu cacoete, já penso em levar para as escolas, e lembrar da falácia que se estende desde o século XIX da equação uma nação = uma língua. Como sabiam os antigos e nem sempre nos lembramos (você está aqui para isso, entre outras coisas), o fogo purifica e/ou regenera. Grande abraço, com amizade, Ilmar rohloff de Mattos
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ciro jose sahairo comentou:
28/12/2015
Que noticia triste,naquela prédio recebi o premio da viva leitura em 2009,infelizmente virou cinza que e uma acervo na vida dos brasileiro.
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Hans Alfred Trein comentou:
28/12/2015
Caro Bessa Freire, muito oportuna a sua analogia entre o incêndio do museu e o incêndio gloticida de 500 anos. Cada língua expressa uma forma de sermos humanos e enriquece a humanidade de toda a criação existente. Assim como aprendemos latim e grego como formadores da língua portuguesa, considero igualmente importante que (regionalmente) se aprenda as línguas indígenas que mais contribuíram na formação do português falado no Brasil e que somam orgulhosos 25 % do vocabulário brasileiro. Pessoalmente gostaria de ter aprendido o guarani e com seu conhecimento certamente compreenderia melhor a topografia, a fauna e flora, e mesmo a nomenclatura de cidades contem elementos importantes da história. De uma língua indígena fiquei sabendo que tem uma taxonomia das plantas, indicando sua serventia terapêutica. Que riqueza que está sendo consumida por esse incêndio glotocida secular. Sem falar nos dialetos! Além do alemão gramatical, tive a oportunidade de aprender o dialeto Hunsrück que é falado na região alemã, donde provêm meus antepassados paternos. A vida sem esse dialeto seria muito menos interessante e bem humorada. Nossa identidade brasileira é multilíngue. O museu precisa ser recriado como multilíngue! Abraços, Hans Trein
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Tereza Maher comentou:
28/12/2015
Perfeito esse seu texto, Bessa! Pena que ele esteja sendo veiculado só aqui - seria importantíssimo que ele aparecesse também em pelo menos um dos meios de comunicação de grande circulação nacional... Veja aí, querido, se você consegue fazer isso acontecer... Bjo grande da Teca Contato de Tereza Maher
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carmen junqueira comentou:
27/12/2015
Sua sugestão é excelente e poderia se somar à de fazer constar as muitas nacionalidades dos povos indígenas. Seria detestável a referencia à língua de índio.
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Magela Ranciaro (via FB) comentou:
27/12/2015
Lendo a crônica, lembrei-me da Berna que, apesar de nostálgica, sempre expressava uma grande dose de lirismo: "Aquilo que nos dá a medida das nossas perdas, renova também o desejo de trazer à luz o que ainda nos resta dessas sobras, dos pedaços de cidade que ficaram... é uma forma de celebrar essa memória que ainda permanece em nós (....) 'assistir a contagem regressiva dessa memória no planeta, até que só reste a história. E, entre a história e a memória eu prefiro ficar com a memória' (Bernadete Andrade: Cidade mítica - uma poética das ruínas, p. 33-35, 2002).
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roberto zwetsch comentou:
27/12/2015
Bessa, grande texto da altura do tema das muitas línguas faladas no país e até "por dentro" do português brasileiro, Nossa língua é na verdade abrigo de línguas e se fôssemos justos e honestos saberíamos valorizar esta circunstância histórica excepcional e não desprezar as línguas indígenas, mas celebrá-las, protegê-las, aprendê-las (tive o privilégio de aprender duas delas da Amazônia e isto ficou registrado no amorosamente no nome de nossa filha - Pamalomid (Suruí-Paíter, RO) e de nosso filho Bino Mauirá (Kulina-Madija, AC). Que venha o Museu de Todas as Línguas, então. Todo apoio. Roberto Z. (EST, S Leopoldo, RS). Contato de roberto zwetsch
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Socorro Cláudia comentou:
27/12/2015
Foi lamentável o que aconteceu inclusive porque acabou também gerando a morte de um bombeiro civil. Um alento é que o governador anunciou que irá recuperar o mais breve possível o Museu. Visitei o Museu em 2007 e fiquei encantada. Espero ir de novo quando ele for recuperado.
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Evaristo de Almeida comentou:
27/12/2015
Ainda não conheci esse museu, pois pouco vou a Sampa, no entanto o conjunto de matrizes linguísticas que compõem a língua portuguesa brasileira deve sim, ser valorizada e contemplada no "museu da língua portuguesa". E com certeza enriquecendo o nosso vernáculo!
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José da Seráfico comentou:
26/12/2015
Meu caro Babá, louvo-me em seu (lá vou me repetir!) belo texto, para propor: que também o nome do Museu seja mudado. Que tal Museu das línguas do Brasil? Ou algo parecido (museu das línguas brasileiras...) Daí, certamente a primeira consequência seria atender sua justa reivindicação. Que é nossa, também. Um grande abraço. Seráfico
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André comentou:
26/12/2015
Creo que a melhor forma de respetar uma lingua é aprenderla, ensenharla ereconocerla como lingua nacional até acima del portugues. E un problema do estado formar tradutores, interpretes e trenar sus funcionarios a falar las lenguas verdaderas del pais. Nunca entendi porque un indigena brasileiro tem que aprender a falar portugues para sobrevivir no seu proprio mundo, un mudo que le fue robado e que continua sendo robado pelos filhos de los europeos que dicen ter descoberto a america no siglo XV, que dicen ter evangelisado os salvagens....
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Ademario Ribeiro (via FB) comentou:
26/12/2015
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26/12/2015
Eu fico impressionada como nossas escolas fingem que outras línguas fazem parte do nosso país, sinceramente, ão dá para entender, se museu é lugar de adquirir conhecimento, como pode fazer valer os objetivos, se o que faz sentido de como as coisas acontecem, vira absolutamente nada. Concordo plenamente, na reconstrução deve constar línguas falados por nossos irmãos indígenas, mas que são nossas também. Contato de Gerusa Pontes de Moura
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Wordcraft.PRO comentou:
26/12/2015
The following article (in Portuguese) is about rebuilding the Museum of the Portuguese language in São Paulo, as a strong symbol of the brotherhood of languages between those of the European colonisers and the 1300 languages that it is estimated existed in Brazil before colonization. The article written as an exhortation to rebuild the museum as a symbol of that cultural colonization and a beacon to the preservation of linguistic diversity. The author,José Bessa, a professor of history and linguistics at the State University of Rio de Janeiro, directs the University of the Amazonas post-graduate program in Amazonian linguistics.
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Marcia Paraquett comentou:
26/12/2015
Texto inteligente e provocador. Essa é a hora, Bessa, você tem razão. Refazer para fazer melhor.
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Eurilinda Figueiredo (via FB) comentou:
26/12/2015
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Peter Gillespie comentou:
26/12/2015
Eu não sou tão otimista. O seu texto é uma exortação, certo mas depois de 25 anos nos Estados Unidos (em Nova Orleãs, uma cidade culturalmente movimentada, aonde o espanhol, o francês e o criolo cederam à hegemonía econômica e cultural da colonisação anglófona) eu posso afirmar com certeza que a hegemonia cultural passa pela hegemonia linguística. A memória de uma língua morta persiste nos nomes e nas histórias que contam os homens mas a cultura viva pasa a outras prioridades e o processo começa de novo. A coexistência linguística é mais no ideal que na prática.
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Giane comentou:
26/12/2015
Lindo, lindo, lindo!!! ja mandei para meus alunos!!! Beijo grande!!!
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Ana Stanislaw comentou:
26/12/2015
Linda, emocionante, sensível, poética, incendiária, como o autor dessas linhas. Bessa, é isso mesmo. Que tal ressurgir do fogo incluindo as línguas indígenas e toda a diversidade linguística do país? O museu das línguas no Brasil ou brasileiras seria ainda mais espetacular, lúdico, único. Adorei!!
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Vincent Carelli comentou:
26/12/2015
Muito bom. Na época da elaboração do Museu nos pediram para produzir uma pequena seleção de declarações, apenas dez, para o Totem línguas Indígenas. O Brasil se declarou pluri-étnico na Constituinte de 1988 mas ainda não se assumiu!
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Ricardo B. Freire comentou:
26/12/2015
Simplesmente genial. Esta crônica é um alerta para a necessidade de se superar uma concepção positivista de museu impregnada em nosso País e avançar para uma visão mais crítica e pedagógica, afinal, museu não é apenas "templo das musas" .
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