CRÔNICAS

Os Tupinambá, os jagunços e os Amarildos da Bahia

Em: 08 de Setembro de 2013 Visualizações: 39133
Os Tupinambá, os jagunços e os Amarildos da Bahia

Crendeuspai! Sinto um cheiro arretado de chifre queimado no ar. As redes sociais anunciam que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), vai enfrentar nas próximas semanas inferno tão terrível quanto o de seu colega do Rio, Sérgio Cabral. O rabo do capiroto já balança dentro do Palácio de Ondina, residência oficial, impregnada do fedor de enxofre.

Tudo isso porque jagunços armados que mataram um índio permanecem impunes, o que estimula a criação de novos amarildos, desta vez baianos. Relatos de Yakui Tupinambá e de Edson Kayapó, sequestrado e espancado, narram a violência contra os índios, sem que a grande mídia desse um pio. Por isso, o movimento indígena está recorrendo às redes sociais para romper o silêncio.

Barulho do gatilho

Edson Kayapó, 41 anos, coordena o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) no campus Porto Seguro e lá é professor de História. Tem muitos amigos espalhados pelo Brasil: do Oiapoque ao Chuí, passando por Minas onde se graduou na UFMG e por São Paulo, onde concluiu o mestrado e o doutorado em História Social na PUC, orientado pela doutora Circe Bittencourt.

Respeitado e querido na academia, o doutor Edson Machado de Brito - o Edson Kayapó - deu aulas na PUC/SP e na Universidade Federal do Amapá como professor colaborador. Na qualidade de doutor, especialista em educação indígena, foi chamado ao Rio de Janeiro para participar de evento organizado pela Pós-Graduação em História e da banca de monografia do guarani Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, realizada na última segunda-feira, quando estivemos juntos.

Foi aí que o convidei para irmos no dia seguinte à Bienal do Livro, lá encontraríamos dois escritores indígenas Daniel Munduruku e Graça Graúna, com quem eu compartilhava uma mesa no Café Literário. Edson agradeceu o convite, mas informou que tinha obrigações na Bahia e precisava retornar na terça-feira. Voltou e dois dias depois sofreu um atentado, quando seguia para Pau Brasil num carro oficial do IFBA, na companhia de dois professores: João Veridiano e Júlia Rosa.

Por volta das 11h da última quinta-feira, quatro jagunços armados interceptaram o carro do IFBA em São José da Vitória, nas proximidades de Buerarema. "Tem um índio no carro" - disse um deles. Expulsaram os professores e o motorista, confiscaram os celulares de cada um, deixaram todos eles na estrada e incendiaram o carro. Duas viaturas da Guarda Nacional passaram pelo grupo, mas se recusaram a dar proteção a Edson, que é funcionário federal. Seus colegas, então, recomendaram que ele voltasse de táxi a Itabuna para se afastar da área de tiro.

- Foi o que fiz, no entanto o taxi foi interceptado em Buerarama por pessoas armadas, que me espancaram, me ameaçaram de morte com uma arma apontada pra minha cabeça. Fui submetido a um interrogatório pelo chefe dos pistoleiros:

- Sou Kayapó, não sou daqui da Bahia.

- Sou, sou Kayapó, sou da Amazônia.

- Sou professor do IFBA, trabalho na Licenciatura Intercultural Indígena.

- (silencio).

- Vá embora, nem olhe para trás.

Arco digital

Por telefone, de um lugar escondido no interior da Bahia, Edson me conta o que aconteceu depois:

- Eles me soltaram, consegui chegar em outra cidade, onde me escondi. Não sei quando poderei sair daqui, a BR está fechada pelos capangas dos fazendeiros. Estou com o olho esquerdo inchado. Hoje, eu achei que morreria.

A região da Serra do Padeiro, entre Buererama, Una e Ilhéus, é um caldeirão que já começou a explodir, devido à disputa por terra indígena ocupada por fazendeiros. Um índio de 35 anos, casado, da comunidade Tupinambá de Olivença, foi morto na noite de terça-feira, o que foi confirmado pela Polícia Federal e pela Funai. Seu corpo permanecia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), aguardando o reconhecimento da família para ser liberado.

O couro comeu na semana passada, quando a Justiça Federal suspendeu as nove liminares que favoreceriam os grandes fazendeiros da região. A medida, segundo a Advocacia Geral da União, autoriza a permanência na área de cerca de 500 famílias tupinambá, o que deixou os fazendeiros enfurecidos, passando a atuar à margem da lei.

O depoimento de Yakuy Tupinambá, 51 anos, confirma o clima de terror instaurado pelos jagunços no sul da Bahia:

- "Eles nos atacaram, tocaram fogo em nossas casas, expropriaram nossa produção, queimaram carros do governo que prestavam assistência a nós. O clima é de apreensão e medo, o governo não dá atenção ao caso, os direitos humanos são violados, ainda há pouco fecharam a estrada vicinal em Sapocaeira, queimaram oito casas dos parentes, saquearam e depredaram uma loja só porque o dono vendia material de construção para os índios. Um ônibus escolar com crianças indígenas foi atingido por disparos".

Yakui critica o governo da Bahia e a imprensa local, que "está incitando a violência contra nós". Reclama da "mídia comprada", que cobre um engavetamento de carros no interior da Inglaterra, mas não conta o massacre daqui. "A mídia não nos ouve, nos desqualifica e nos descaracteriza. Quando registra a recuperação da terra indígena por nós, não fala em 'retomada', mas em  'invasão'. A mídia é tendenciosa". Recentemente o Globo confessou que errou na cobertura do golpe militar de 1964. Falta reconhecer o erro, que persiste, na cobertura dos conflitos com índios.

Fitifiu e vaia

Com essa avaliação, Yakui recorreu às redes sociais, que conhece bem por atuar  no blog Índiosonline e por ter reflexão apresentada em vários eventos sobre o tema, entre os quais o e o Seminário Literatura Internet e Liberdade, na UFRJ, em 2010. Ela diz:

- Não existe instrumento de comunicação mais democrático que a internet, jamais conseguimos espaço na grande mídia para contar a nossa história, denunciar a violação de nossos direitos. Hoje, basta um clic e estou passando informações para todo o Brasil, para organismos internacionais como a Anistia Internacional e até para a ONU.

Yakui deu um depoimento interessante sobre o assunto no livro Arco Digital: uma rede para aprender a pescar:

"A internet promoveu a abertura de horizontes, contrariando o pensamento de quem está interessado em nos manter amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique abandono de nossas tradições. Conectar-se ao mundo através da internet é ter direito a um rosto e fazer ouvir nossa voz".

O blog Indiosonline exibe, entre outros, quatro vídeos referentes à retomada de território pelos Tupinambá, que acumularam mais de 500 anos de resistência, incluindo o longo período em que, para sobreviver, permaneceram camuflados. São produções realizadas pelos próprios índios, em imagens registradas por Potyra Tê Tupinambá, Fábio Tupinambá e Bruno Ninhã Tupinambá e editadas por Alex Pankararu.

O movimento indígena está usando essas novas tecnologias para denunciar o governador Jaques Wagner. Sua eleição foi celebrada por todos nós por derrotar a oligarquia da Bahia, mas agora ele acabou aceitando a pressão dos fazendeiros. Solicitou que o reconhecimento das terras indígenas fosse adiado. Por isso, os Tupinambá podem significar para ele o que a aldeia Maracanã foi para Sérgio Cabral. As vaias e o fitifiu generalizado já começam a se transformar em rotina nos eventos públicos da Bahia.

Uma pena! Gostaríamos de aplaudir Jaques Wagner, a quem admiramos, por uma decisiva defesa dos direitos indígenas. Se isso não acontecer, podem me incluir entre aqueles que vão pedir a ficha de inscrição no black bloc para acampar virtualmente em frente ao Palácio de Ondina e infernizar a vida do governador para que ele retome os princípios que o elegeram. Não queremos mais amarildos.

P.S. 1

No Rio, na segunda-feira, dia 2 de setembro, Edson Kayapó participou da banca de Algemiro Karai Mirim na Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ, coordenada por Roberta Lobo da Silva, ao lado de Ana Paula da Silva - orientadora e José Bessa - coorientador (UNIRIO/UERJ), Marília Campos e André Videira (UFRRJ) e Ruth Monserrat (UFRJ), que enviou por escrito seus comentários. Depois compartilhou a mesa no evento "Territórios e Territorialidades Indígenas" com Juciene Apolinário (UFPb), Izabel Missagia e Vânia Moreira (PPGCS-UFRRJ), além do autor deste texto. Os depoimentos de Yakui Tupinambá foram recolhidos por Renata Daflon em sua dissertação "

P.S. 2

ALARCON, Daniela Fernandes. O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. 2013. xx, 272 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.Orientador: Baines, Stephen Grant.

Resumo: Esta dissertação de mestrado discute as “retomadas de terras” levadas a cabo pelos Tupinambá da aldeia Serra do Padeiro, sul da Bahia, Brasil. Em definição sucinta, pode-se dizer que as retomadas consistem em processos de recuperação, pelos indígenas, de áreas por eles tradicionalmente ocupadas, no interior das fronteiras da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, já delimitada, e que se encontravam em posse de não-índios. Entre 2004 e 2012, os Tupinambá da Serra do Padeiro retomaram 22 fazendas e, a despeito das tentativas de reintegração de posse – com a realização de prisões de lideranças e prática de tortura contra os indígenas –, mantêm a ocupação de todas as áreas. Concebendo o território, a um só tempo, como pertencente aos “encantados” (classe de seres não humanos com os quais convivem os indígenas), construído pelos antepassados, e como condição de possibilidade de vida autônoma, os Tupinambá compreendem sua atuação como inscrita em uma história de longa duração. Nesse sentido, as retomadas são mais que “instrumentos de pressão”, destinados a fazer com que o Estado brasileiro concluísse o processo administrativo de demarcação da Terra Indígena. Essas formas de ação são parte de uma estratégia de resistência e luta pelo efetivo “retorno da terra”, categoria engendrada pelos Tupinambá, lastreada em suas concepções territoriais, e que será debatida neste estudo. Apesar de as retomadas serem reconhecidas pela literatura antropológica como uma prática disseminada entre os povos indígenas no Brasil, elas não têm sido objeto de estudos detidos. Tendo isso em vista, por meio de incursão etnográfica e pesquisa documental, buscou-se descrever e analisar o processo de retomada do território Tupinambá, com vistas a somar esforços na construção de um quadro analítico das formas contemporâneas de resistência indígena.

 

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32 Comentário(s)

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Maurício Tavares comentou:
18/09/2013
Todo apoio aos povos indígenas do sul da Bahia que lutam pelos seus legítimos direitos. Um especial apoio ao querido amigo dos bons tempos da UFMG e do movimento Estudantil: Professor Edson Brito. Pessoa maravilhosa, super inteligente, sempre ético, fraterno e solidário com todos (as)! Caso alguém tenha o contato do Edson favor enviar para o meu e-mail, pois gostaria de me solidarizar com este amigo dos velhos tempos. Prof. Maurício Tavares. E-mail: [email protected] Contato de Maurício Tavares
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Graça gGauna comentou:
18/09/2013
Querido Bessa: é muito assustadora a situação que você rbrelata. Fico me perguntando quando teremos um dia de paz..
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Adalberto Day comentou:
11/09/2013
Muito show O texto do Ribamar nos trás uma grande reflexão e aprendizado. Parabéns
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11/09/2013
Eu me orgulho muito dos irmãos índios, eles nos mostram o tempo todo a coragem que a maioria de minha etnia não tem. Eu vou me esforçar e me aproximar cada vez mais das causas indígenas para aprender com eles como ser uma pessoa melhor, não tenho dúvida que as práticas da educação indígena são exemplos de cidadania e de sentimentos muito fortes pelo nosso planeta, a Umbanda me proporcionou sentir de perto um pouquinho desta cultura tão admirável, tenho um respeito muito grande pelos caboclos que tanto engrandecem nosso país. E mais uma vez através do Sr. aprendo com um verdadeiro Mestre, as crônicas enviadas são aulas à distância, obrigada por continuar a oferecer para seus alunos momentos de grande beleza. Contato de gerusa pontes de moura
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Antonio EM Fernandes (Blog Amazonia) comentou:
11/09/2013
Deixa eu adivinhar: Essas 'retomadas de terras' são praticadas em regiões onde há 150 ou 200 anos não se via nenhum índio? Alguém poderia me explicar por que os índios baianos não têm feições indígenas?Já vi até 'indígenas ' baianos negros ou brancos de cabelos loiros.
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Sebastian Gerlic comentou:
11/09/2013
Prezado:Tanto nessa região como em muitas outras... Os indios são vistos na mira das armas e assim vem sendo assassinados! Desde 1500 até hoje sempre que vistos são assassinados.... Esconder-se é, às vezes, a única forma de sobreviver.Hoje muitos estão morrendo (DE BALA) por acreditar que nem todas as pessoas são ignorantes como o senhor.. Poste uma foto do senhor no site e depois veja se aguenta que pessoas como o senhor digam quem é o senhor pelas suas aparências.... Quem tem coração enxerga com amor, quem tem cabeça sabe da historia e que o Brasil foi um pais de mulheres indígenas e negras, que homens brancos aqui vieram...um pais feito de estupros!Antes de escrever tamanhas besteiras tente conectar com seu coração!!! Ou no mínimo com sua cabeça!!!! E não queira ouvir o que pessoas como voce diriam se vissem a sua foto!!!
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Marcelo Marques (Blog da Amazonia) comentou:
11/09/2013
Apoio totalmente a decisão que o Sérgio Cabral tomou em relação à aldeia. Aquele lugar estava virando um asilo para drogados e bandidos
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Alice Coelho comentou:
11/09/2013
Eu sou totalmente contra os protestos aqui no RJ. Eles não trazem benefício algum para a população. Penso também que o Sérgio Cabral estava totalmente correto em relação às providências tomadas com a aldeia maracanã, uma vez que passou a ser um local habitado unicamente por drogados e bandidos.
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Vânia Novoa Tadros comentou:
11/09/2013
Excelente esta tomada de posição dos povos indígenas em utilizaram as novas tecnologias para denunciarem as torturas a que são submetidos. Parabéns! Bessa lembrei do Poma de Ayalla.
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Eli (via FB) comentou:
10/09/2013
Nossa..sem palavras. Triste e lamentável esse tipo de coisa ainda acontecer com indígenas ...
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Ana Claudia comentou:
09/09/2013
Bessa, Fiquei chocada com a violência! Que tempos estamos vivendo, Deus meu, a ordem foi mesmo pro espaço, levando os direitos pro inferno, como diz você. Créeeeeeeeeeeeeedo! Como está o seu amigo, já conseguiu sair da Bahia?
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Sebastian Gerlic comentou:
09/09/2013
O melhor artículo que li na minha vida foi aquele do JURISTA DESCAMISADO!!!! Ele é perfeito.... Uma narração emocionante, direta, humorada e profunda.... Totalmente verossimil na inverossimil realidade de hoje!!!! Adoro esse CONTO....Adoraria fazer uma animação dele.. Alguma coisa!!!!! Quero lhe agradecer pelo TEXTO em APOIO aos irmaos TUPINAMBÁ!!!!!! conheça as redes que apoiamos www.indiosonline.net www.indioeduca.org www.ocadigital.art.br www.risada.org
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Darci Secchi comentou:
09/09/2013
Oi Bessa, que maré... Estou participando no Congresso da APA em Vila Real e tenho uma mesa relacionando a educação escolar e a falta de outras políticas para indígenas no Brasil. Mais esse fato -lamentável- reforça a tese de que sem mudanças profundas noutros campos, a EEI não terá o alcance desejado. Com a sua devida permissão farei referencia aos fatos divulgados. Grande abraço e muito obrigado. Darci Secchi
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Portal Cultura em Movimento comentou:
09/09/2013
SOS Tupinambá – Sul da Bahia!! Em pleno 2013, é inacreditável ainda ser realidade um episódio que se repete continuadamente desde a invasão do território hoje intitulado Brasil. A parte podre da imprensa brasileira permanece calada, alimentando o jogo descarado a favor do ganho financeiro que devasta nossa historicidade/dignidade. Cabe a todos não só noticiar, mas trabalhar com vigor pela transformação da realidade vivida pelos povos indígenas no Brasil. Essa atitude modificadora constitui um verdadeiro exercício de cidadania. Leia, reflita criticamente e, se possível, compartilhe! http://cultura-em-movimento.net/profiles/blogs/cade-os-amarildos-da-bahia?xg_source=msg_mes_network
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Claudia Dias (via Face) comentou:
09/09/2013
José, os assassinos podem esquecer, mas de noite as vítimas vem visitá-los e sempre vencerão. Os gritos daqueles que eles mataram não precisam de Internet, podes crer. Abraços!
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João Crispim Victorio comentou:
08/09/2013
Certa vez, numa aula de Pesquisa e Prática Pedagógica, enquanto aluno de Pedagogia da UERJ, fiz duras críticas aos índios. De forma genérica desabafei dizendo: Os índios não são organizados e se deixam vender por qualquer promessa ou qualquer coisa de interesse pessoal. Fiz até, de maneira equivocada, comparação com o movimento dos negros que vinham ao longo do tempo obtendo vitórias. Quanta ignorância e presunção! Percebo agora... Acredito ser o resultado das muitas aulas da PPP e das discussões travadas com alguns companheiros e com o Professor Bessa. Acredito ser graças as muitas resistências indígenas, desde de 1500, que hoje ainda existem muitos dos nativos, verdadeiros donos dessas terras chamadas Brasil. Essa luta vai além dos partidos políticos, dos governantes e dos membros da academia. Essa luta é, primeiramente, dos índios e, juntos, de todos que acreditam que uma nova sociedade é possível.
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Altino Machado (Blog Amazonia) comentou:
08/09/2013
Índios usam redes sociais para denunciar violência na Bahia, informa José Bessa http://terramagazine.terra.com.br/blogdaamazonia/blog/2013/09/08/indios-usam-redes-sociais-para-denunciar-violencia-na-bahia/
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Ricardo Faria comentou:
08/09/2013
Terrível, caro Bessa Vamos divulgar http://www.vejosaojose.com.br/bessa.htm Forte abraço
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Ana Paula da Silva comentou:
08/09/2013
Excelente Bessa! Temos que denunciar as atrocidades cometidas contra os povos indígenas. Não podemos permanecer silenciados, permitindo que esses crimes fiquem impunes. Vamos cobrar das autoridades competentes, denunciar esses absurdos em espaços alternativos, como o teu, já que a grande mídia insiste em se calar, em ficar de costas para os abusos cometidos contra os índios. Que Nhanderu ete guie os caminhos do Edson Kayapo!
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Juciene Apolinário comentou:
07/09/2013
Com a escrita do Bessa mergulhamos em uma história indígena do tempo presente com nuances de suspense. Nas suas descrições as práticas de violência dos "donos do poder" contra lideranças indígenas são escancaradas na covardia de quem tem a posse de armas de fogo e das armas do acobertamento POLITIQUEIRO vinculadas as elites da TERRA no Brasil. Só que eles ainda acreditam de que os indígenas estão apenas estupefatos e sem reações. Ledo engano não será uma arma na cabeça de uma liderança como o EDSON KAYAPÓ que fará calar seja os Tupinambá ou qualquer outro grupo étnico em nosso país. Parabéns Bessa pela sua grande arma que é o seu estilo de ESCRITA em prol dos direito indígenas !!!!!!!!
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Juliana comentou:
07/09/2013
Que triste realidade...a morte tão próxima do seu próximo. É muito triste. E no O Globo uma das manchetes de hoje é de que os manifestantes desocuparam a casa do Cabral, deixando lixos. Mostram a foto de um gari limpando a " sujeira" deixada pelos manifestantes. Sujeira é essa podridão do poder público. Assim, eu também vou vestir a máscara dos black bloc!
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Daniela comentou:
07/09/2013
Caro Bessa, Tudo bem? Em abril deste ano, defendi minha pesquisa de mestrado, junto à UnB, sobre as retomadas de terras realizadas da Serra do Padeiro, a dissertação está disponível aqui (1). Li sua crônica de hoje, denunciando as agressões sofridas pelo Edson, e gostaria de que você difundisse em seu blog a campanha que desencadeamos pela urgente conclusão do processo demarcatório da TI Tupinambá de Olivença. Criamos um blog (2) com textos, notas de apoio, mapa, fotografias e um abaixo-assinado (3) com o intuito de aumentar a pressão sobre o governo federal. Diversos pesquisadores que atuamos junto aos Tupinambá escrevemos uma carta pública, enfatizando que o conflito só será resolvido com a finalização da demarcação, a carta pode ser lida aqui (4) (). Eu também andei publicando uns textos por aí -- por exemplo, este (5) no blog do Sakamoto. Enfim, se você puder ajudar a difundir a campanha -- em especial o abaixo-assinado --, serei muito grata. No mais, é um prazer conhecê-lo, mesmo virtualmente, pois acompanho com prazer suas crônicas. Um abraço, (1) Dissertaçao: http://repositorio.unb.br/handle/10482/13431 (2) Blog: http://campanhatupinamba.wordpress.com/ (3) http://www.avaaz.org/po/petition/Terra_Indigena_Tupinamba_de_Olivenca_demarcacao_ja/?copy- (4) Carta: http://campanhatupinamba.files.wordpress.com/2013/08/nota_pesquisadores_tupinambc3a13.pdf (5) http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/08/27/demora-na-demarcacao-da-terra-indigena-tupinamba-acirra-conflito-na-bahia/
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Professor illyushin zaak comentou:
18/09/2013
Conheço muito bem o Professor Edson Brito. Fui colega do Edson na Graduação na UFMG, quando ele demonstrou sua enorme capacidade e sua brilhante inteligência, à frente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia e também do DCE da UFMG, em conjunto com nosso grande amigo o Professor Maurício Tavares. Esse atentado é um sintoma de que a luta social está num momento crítico, do qual espero que surja uma nova realidade na região, com esses fazendeiros assassinos perdendo espaço, e com uma nova sociedade mais cooperativa, solidária e fraterna surgindo, com os índios à frente. O papel dos jovens intelectuais como o Professor Edson é vital para que esta mudança aconteça, daí os fazendeiros se concentrarem em atingí-lo, pois sabem que seu trabalho emancipatório junto às comunidades indígenas dará a estas mesmas comunidades os instrumentos para se libertarem deste jugo. Força, Edson, estamos com você, estamos torcendo por você aqui em Belo Horizonte!!!
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Maurício Tavares comentou:
18/09/2013
Todo apoio aos ameríndios do sul da Bahia em suas lutas legítimas. Um especial apoio ao querido amigo dos bons tempos da UFMG e do movimento Estudantil: Professor Edson Brito. Pessoa maravilhosa, super inteligente, sempre ético, fraterno e solidário com todos (as)! Caso alguém tenha o contato do Edson favor enviar para o meu e-mail, pois gostaria de me solidarizar com este amigo dos velhos tempos. Prof. Maurício Tavares. E-mail: [email protected]
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Daniela comentou:
07/09/2013
Caro Bessa, Tudo bem? Em abril deste ano, defendi minha pesquisa de mestrado, junto à UnB, sobre as retomadas de terras realizadas da Serra do Padeiro (a dissertação está disponível aqui). Li sua crônica de hoje, denunciando as agressões sofridas pelo Edson, e gostaria de que você difundisse em seu blog a campanha que desencadeamos pela urgente conclusão do processo demarcatório da TI Tupinambá de Olivença. Criamos um blog (com textos, notas de apoio, mapa, fotografias) e um abaixo-assinado, com o intuito de aumentar a pressão sobre o governo federal. Diversos pesquisadores que atuamos junto aos Tupinambá escrevemos uma carta pública, enfatizando que o conflito só será resolvido com a finalização da demarcação (a carta pode ser lida aqui). Eu também andei publicando uns textos por aí -- por exemplo, este, no blog do Sakamoto. Enfim, se você puder ajudar a difundir a campanha -- em especial o abaixo-assinado --, serei muito grata. No mais, é um prazer conhecê-lo, mesmo virtualmente, pois acompanho com prazer suas crônicas. Um abraço,
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Giane comentou:
07/09/2013
É massacre atrás de massacre físico, moral: na Bahia, em Rondônia, no Pará, no Mato Grosso etc etc.. guerra incessante iniciada há mais de cinco séculos: mundo al revés.. y no hay remedio..
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Vera Ddebei comentou:
07/09/2013
Bravo Bessa!! Como no interior do país a segurança é zero, nem a mídia social pode registrar por imagens o que está acontecendo. Que se criem, então, mais blogs indígenas, a exemplo dos 'índios online'
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Rogério Teles comentou:
07/09/2013
O silencio dos meios de comunicação de massa, diante de mais este episódio, envolvendo violência contra índios, torna-se triste e lamentável, só serve para alimentar o preconceito. Não denunciar, redunda em aceitar a violência e a banalização da vida, é esquecer a imensa contribuição social e cultural, dada pelos índios a nossa história. Nesse caso a história não se repete como farsa, e sim como continuação da sacanagem , iniciada a 513 anos.
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Ana Célia Pinheiro (via FB) comentou:
07/09/2013
A impressionante violência contra índios na Bahia, a inação do Estado e o silêncio da imprensa na crônica de José Bessa
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Eduardo Gomes (via FB) comentou:
07/09/2013
Suas belas contribuições enriquecem o grupo OBSERVADORES DA HISTORIA, obrigado !
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Cris Amaral comentou:
07/09/2013
Nossa ao ler parece que estamos lendo um romance o vendo um filme de terror...! É de doer como os direitos humanos não são respeitados, e quiça, o direito a vida...! Sem palavras querido mestre! Carinhos
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