CRÔNICAS

Entre pássaros, flores e bibas

Em: 20 de Setembro de 2020 Visualizações: 10471
Entre pássaros, flores e bibas

Eu vivo em tempos sombrios [...] Que tempos são esses em que falar de

 flores é quase um crime, pois significa silenciar sobre tanta injustiça?

(Bertold Brecht: Aos que virão depois de nós. 1947)  

Assumo publicamente: saí do armário. Não foi assim de repente, da noite pro dia, mas devagarzinho, com idas e vindas. Começou na infância no bairro de Aparecida, em Manaus, quando fiquei enfeitiçado por uma biba, que vivia assediando minha rede de dormir. Mas agora, na velhice, surpreendentemente, um caso tornou definitiva e sem volta a saída do armário: a morte nos últimos dias de milhares de pássaros no Novo México (EUA). Mais de um milhão, calcula a bióloga Martha Desmond em entrevista à BBC:

- “É devastador. Acho que nunca vi nada tão horrível na minha vida”.  

Cenas apocalípticas aparecem no vídeo postado pelo jornalista A. Fischer do Sun News. Uma chuva de aves caiu do céu. Ruas, trilhas, veredas e jardins ficaram atapetados por cadáveres de passarinhos, muitos deles com órgãos internos expostos. Alguns foram recolhidos e enviados à Universidade de New México para exames toxicológicos. Os cientistas criaram um banco de dados para pesquisar as causas até hoje desconhecidas, relacionadas talvez a secas recentes ou à frente fria que atingiu a região na semana passada ou ainda à fumaça dos incêndios florestais na Califórnia, que podem ter atingido os pulmões das aves.

No Brasil, a mídia ignorou a tragédia considerada “menor” diante do corona vírus, que já matou quase 140 mil brasileiros. Numa visão antropocêntrica, se alega - para afirmar uma pretensa superioridade -  que gente é gente, bicho é bicho. E se fosse para noticiar morte de animais, a prioridade seriam as vítimas de incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal geograficamente mais perto de nós. Por isso, uma crônica sobre o número alarmante de andorinhas mortas nos Estados Unidos exige uma justificativa de tal escolha, como fez Gabriel García Márquez, ao expor a relação de bichos com bicha.

Maricón

Na crônica jornalística “Cómo sufrimos las flores” (9/12/1981), o escritor colombiano coloca o verbo na primeira pessoa do plural incluindo-se no sofrimento delas. No entanto, a versão ao português, que no geral está bem feita, excluiu a inserção do autor no título ao traduzi-lo na terceira pessoa - "Como sofrem as flores" - retirando assim o seu pertencimento à mesma família das flores. García Márquez relatou em sua coluna uma reunião com amigos, na qual um deles, que era biólogo, dissertou sobre a alma das plantas que, dentro de casa, passam a fazer parte do núcleo familiar, sofrem com as brigas de casais e podem até morrer aterrorizadas, o que já foi constatado com o uso do galvanômetro – um aparelho que mede a intensidade da corrente elétrica e que, em contato com uma planta, revela suas reações e seus sentimentos mais íntimos.

O escritor afirma aquilo que os índios Guarani já sabem há milênios, fruto da observação e da convivência com bichos e plantas: as flores são gente, elas falam, reagem diante da felicidade, do prazer e da agressão.     

- “O centro nervoso das plantas localiza-se na textura das raízes que se dilatam e se contraem como os músculos do coração humano. Além disso, têm memória: são capazes de acumular impressões e de retê-las por longo tempo. Podemos imaginar, portanto, quais recordações históricas armazena uma sequoia, essa árvore fabulosa que chega a crescer até 150 metros e pode viver até três mil anos” – escreveu García Márquez, Gabo para os íntimos.

Ele relata que pesquisadores injetaram em várias plantas forte dose de álcool e, no dia seguinte, elas estavam de ressaca do porre homérico, apresentando quadro de uma “embriaguez triste”. Estudos indicam que a música também interfere no crescimento de seres do reino vegetal – disse seu amigo biólogo na mencionada reunião. No entanto, nem todos os presentes se comoveram com a sensibilidade das plantas e o genocídio das florestas. Dias depois, o escritor recebe telefonema de outro amigo que lhe perguntou qual era o tema da sua próxima crônica.  

- Estoy escribiendo sobre el sufrimiento de las plantas y las flores – le contesté. Mi amigo, con una alarma cierta, exclamó:

- Ah, carajo! ¿No te estarás volviendo maricón?

A osga e a bichice

O tal amigo de Garcia Márquez recriminava a crônica sobre flores naquele dezembro de 1981, quando os jornais noticiavam o massacre de mais de 900 camponeses em El Salvador, o golpe de estado na Polônia, ataques de Israel a Bagdá e os ensaios atômicos dos Estados Unidos. Nesse contexto, falar de flores, além de ser “quase um crime”, comprometia a virilidade do autor.

- Florzinha, passarinho, isso é coisa de gayzinho, se levar um couro muda de comportamento - afirmaria também de forma preconceituosa um capitão, desviando o assunto do depósito de 89 mil reais na conta de sua esposa. Tal preconceito, porém, acaba sendo um reconhecimento, ainda que involuntário, da sensibilidade de quem é capaz de compreender o lugar das plantas e bichos no ecossistema e seu papel na reprodução da espécie humana.

Ah! Já ia me esquecendo: e a biba que enfeitiçou minha infância?  Foi assim. Em casa, no Beco da Bosta, bairro de Aparecida, todo mundo dormia em rede, uma colada na outra, parecia barco de recreio lotado. De noite, eu ficava olhando a bibinha, que durante o dia ficava escondida, camuflada e à noite passava se requebrando, se exibindo, ameaçando cair na minha rede. Foi namoro à primeira vista.

A biba – o outro nome que damos à osga ou lagartixa – subia na parede compartilhada com a casa vizinha da dona Zulmira e andava na superfície do telhado de zinco de cabeça pra baixo, em busca de insetos, sem cair. Proeza extraordinária. Ela me olhava com os olhinhos carregados de ternura. Foi assim que minha atração por bibas se estendeu agora aos pássaros, que em todas as culturas simbolizam a paz. Por isso, nos quadros de René Magritte, eles encarnam a humanidade, como no autorretrato “A Clarividência” em que o artista belga pinta um pássaro, usando um ovo como modelo. Lá reside o futuro.

Canário na mina

Até hoje não resisto à agonia do mundo animal, que está no olhar do quati sedento correndo do fogo, no jacaré esturricado ou na dor da onça com as patas queimadas no incêndio do Pantanal. Quem morre com eles é a nossa humanidade. Nas minas de carvão do Reino Unido – me contou um dia o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro – os mineiros tinham o costume, até 1986, de levar com eles para dentro dos socavões um canário em uma gaiola. O bichinho, muito mais sensível que os humanos aos gases tóxicos acumulados dentro dos túneis, começa a agonizar quando o ar fica envenenado. Sua morte é um sinal para os mineiros, um “aviso” de que devem evacuar as galerias. O grito “Canary in the coal mine” virou um sinal de perigo iminente.

A metáfora do canário tem sido empregada por diferentes pesquisadores para discutir o papel da humanidade na extinção de animais, considerada como presságio de desastres ecológicos. Agora, os canários estão morrendo massivamente, nesse socavão que se transformou o planeta e não temos para onde fugir. Este dado concreto me leva a assumir e cultivar o meu lado feminino naquilo que tem de delicado, mas também de forte com a lembrança da figura materna, que protege a fragilidade da cria. Parece que me estoy volviendo maricón, com muito orgulho. Não mudo nem que "leve um couro". Sim, os pássaros de New México merecem uma crônica, ainda que modesta, neste Diário do Amazonas. Eles somos nós. Nós somos eles. Como sofremos as flores e os pássaros!

P.S. Agradeço à doutora em filosofia Déborah Danowski o envio, via tweeter, da notícia sobre os pássaros de New Mexico, tema tão relevante e dramático quanto o incêndio no Pantanal que carbonizou as plantações dos índios Guató, ocasionando a perda de 83% do seu território. Ambos estão intimamente relacionados.

Referência bibliográfia: Gabriel García Márquez: Crônicas. Obra jornalística 5 - 1961-1984. Rio de Janeiro. Record. 2006. Tradução e prefácio de Léo Schlafman.

 

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30 Comentário(s)

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Luiz Carlos Martins comentou:
28/09/2020
Na minha infância falávamos "briba
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Leyla Martins Leong comentou:
28/09/2020
Eu também conheço como briba. Aliás tem sempre uma que se hospeda aqui em casa. São pequenas iguanas.Mas ele fez um trocadilho que criou um suspense levando o leitor a acompanhar o belo texto até o final. Muito boa essa crônica. Me comoveu.
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Leyla Martins Leong comentou:
28/09/2020
Mas que beleza de crônica Tocou meu coração. Me emocionou. Vou guardar para ler de vez em quando, em voz alta no meu jardim para elas ouvirem.
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Danielle Motta comentou:
27/09/2020
Lindo texto! Da medo do que vem, mas o desespero é pelo que já está sendo. Não sabia dos pássaros. Mas o coração já está consumido com as oncas, os tatus e os tamanduás. De todas as pancadas essa foi a mais dura. Vamos sim falar de flores e de passarinhos.Entre a esperança e o medo, fico com o medo. Não e pra esperar mais nada, e pra fazer alguma coisa, agora, com medo mmo. Não apesar dele, mas pelo seu peso. Ou, se não, não serve para nada. Nem servimos..
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Clarisse Duarte de Meireles comentou:
27/09/2020
Obrigada por mais esse texto tão lindo e delicado. Como sofremos as flores
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Rodrigo Martins comentou:
26/09/2020
Boa tarde professor Bessa, tudo bem? Muito interessante essa questão das plantas professor, eu mesmo durante essa pandemia resolvi fazer algumas pequenas plantações e observei que cada uma possui um período específico para crescer e se desenvolver (mesmo se forem da mesma espécie) e para isso três fatores são fundamentais: o sol da manhã, um bom substrato e principalmente ter paciência rs (pois até germinar e crescer dura um período de dois a três meses dependendo da semente) Comecei com um caroço de abacate para começar e depois fui realizando outras experiências, muito bacana. Depois enviarei fotos atualizadas para o senhor ver. Um abraço querido professor.
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Bel Missagia comentou:
25/09/2020
Eu amo duas crônicas, Bessa! Mas nessa você se superou! Muito linda e emocionante!
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Urda Alice comentou:
24/09/2020
Maravilhoso texto! Oxalá houve mais dessa sensibilidade espalhada pelo planeta!
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Ademario Ribeiro comentou:
24/09/2020
Bessa, estimado, Bessa, como tuas crônicas nos cutucam com as belezas e com as tristezas por nossa passagem sob os céus. Que pena nossas pegadas não sejam como as do Curupira que originam o passado, as tradições, o ethos e vão para o presente... vão e voltam. Nossas pegadas são de cruezas tais que avançamos sobre os pássaros, sobre as flores, sobre os beija-flores... contaminam o ar. Maltratam as crianças. Esquartejam os moços. Humilham nossos velhos. Escarnecem dos nossos ancestrais. Suas visa são pelo des-viver (neologismo?). É, Bem Viver é coisa de indígenas, de bibas...
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Valdiva Araújo comentou:
23/09/2020
Pois é... Que doída situação é o nosso nascimento nestes tempos... Que doída!
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Angela Dile comentou:
22/09/2020
"Quando eu flor, Quando tu flores, Quando ele flor ... Nós flores seremos E o mundo florescerá
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Antonio Claudio Ferreira comentou:
21/09/2020
Muito triste isso. A vida indo embora
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Caroline Goulart comentou:
21/09/2020
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Veronice Lovato Rossato comentou:
21/09/2020
Maravilhoso/maravilhosa!!!! Simplesmente sensacional e de uma verdade aterradora!
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Elenise Scherer comentou:
21/09/2020
Gostei muito, vou atrás das flores do Gabo para ler. Abs
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Ana Silva comentou:
21/09/2020
Linda, comovente, essencial nesses dias sombrios. Humor é resistência, existência, como disse a Laert. Humor é Taquiprati!
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Kátia Maria Soares comentou:
20/09/2020
Que beleza de crônica José Bessa. Que triste realidade é essa nossa.
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aldisio filgueiras comentou:
20/09/2020
O fato me lembrou outro, muito recente as centenas de periquitos e outros bichinhos ruidosos (não mais que os humanos) matizando com os seus corpinhos verde amarelos o asfalto da avenida de condomínios Iphigênio Salles, em Manaus. Primeiro cobriram as palmeiras imperiais, importadas por um prefeito idiota e condôminos idem, onde os pássaros faiam ninhos, depois partiram para a brutalidade herdada dos seringais falidos. De arrepiar.
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Taquiprati comentou:
20/09/2020
Boa lembrança, poetinha. Na época tentei me perguntar Por que os periquitos se "suicidaram"? http://taquiprati.com.br/cronica/1118-por-que-os-periquitos-se-suicidaram
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Herbert Luiz Braga Ferreira comentou:
19/09/2020
Belo texto.. Lembrei dos igarapés de Manaus, no início dos anos 60, hoje todos poluídos.
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Marcia Paraquett comentou:
19/09/2020
Querido Bessa, você sempre me leva a rir na tristeza e a refletir na alegria. Hoje comecei rindo e me ouvindo dizer 'sempre soube que ele era biba', mas me dei mal (risos). De qualquer forma, você sempre me surpreende. Também adorei a retomada da genial arte de Magritte e de García Marquez.
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Roberto Zwetsch comentou:
19/09/2020
Bessa, estive em 2015 na cidade de Bochum, Alemanha, e visitei ali perto no vale do Ruhr, a mais famosa mina de carvão da qual se extraía a matéreia prima para o fabrico de armas no Hitler. A mina hoje é museu e mostra as condições subhumanas dos mineiros que desciam por elevadores precários lá para o fundo da mina trabalhando com equipamentos pesados, primários que os embruteciam. Mas sobre animais, os carrinhos que conduziam o carvão das galerias para os elevadores eram puxados por cavalos. Que ficavam lá em baixo por no máximo 3 anos. Estavam então imprestáveis e eram levados à superfície para morrer. Os trabalhadores não duravam mais que 7 a 10 anos. E aceitavam o sacrifício por causa do seguro que a família iria receber com sua morte prematura. Um horror. Tenho algumas fotos. Mas o que chamou minha atenção foi a salinha por onde os trabalhadores passavam antes de baixar às galerias. eles se persignavam diante de uma Santa, acho que era Sta. Bárbara, pedindo proteção. Nossas igrejas aliadas ao capitalismo mais vil e necrófilo, desde sempre. Segundo ativistas da ecologia, a Alemanha continuará a usar carvão para produzir energia até 2036.
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Shirley Roca (via FB) comentou:
19/09/2020
A série de pássaros do Magritte é fabulosa, foi bom vc recuperar algumas delas.
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Celeste Correa comentou:
19/09/2020
Mano, ontem no nosso encontro diário discutirmos justamente sobre o cuidado com a casa comum, lembramos da nossa infância onde esse olhar ainda não era tão profundo. Com o passar dos anos, temos mais acesso à informação e fomos educados também pelos nossos filhos( as crianças são excelentes educadoras).E agora, já com outro olhar, nos percebemos angustiados com o que está acontecendo na nossa Amazônia, no Pantanal e em grande parte do nosso ecossistema. É triste ver o que a ganância e o descaso estão fazendo... Eu também saí do armário. Tomara que as portas dos armários se escancarem cada vez mais e que a boiolice vença esse machismo genocida.
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Márcia Elisa Rendeiro (via FB) comentou:
19/09/2020
José Bessa. Que texto porreta. Gostei imenso. Gratidão.
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Tânia Power comentou:
19/09/2020
Amei! Concordo plenamente quando ele diz que as plantas sentem tudo. Sempre converso com as minhas (não tenho muitas) ; faço carinho e até, às vezes, me arrisco à cantar e elas respondem , mostrando a beleza das folhas. Sobre a matança dos passarinhos, só um idiota não vê que , o mal que foi feito a esses pássaros , pode também estar atacando aos seres humanos. É um alerta da natureza.
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Maria do Céu Bessa Freire comentou:
19/09/2020
Puxa, q linda e comovente, mano! Me fez refletir nessa madrugada insone, sobre o q posso fazer pela casa comum "do Papa Francisco", tema no nosso grupo de oração, ontem. Como na fábula, o meu biquinho de Beija-flor tá pingando uma gotinha pra apagar os incêndios, mas sem ela, seria uma gota a menos. Então, desistir jamais! Acho q tbem saí do armário. Pois é a nossa reflexão de ontem tem tudo a ver com a tua coluna. Por enquanto, somos minoria mas "somos". A luta continua.
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Astrid Lima comentou:
19/09/2020
Ali na Gustavo Sampaio, na rede logo atrás da porta da entrada, eu passava horas observando a osga que chegava todas as noites para jantar. Tantas vezes tive a certeza de que ela calcularia mal o salto e a gravidade faria o resto mas a bichinha sabia mais de tetos e conhecia mais o mundo de cabeça para baixo do que eu. A osga nunca caiu sobre mim e mesmo agora, mais de quarenta anos depois, resta a lembrança não tanto dela em si mas da queda que nunca houve. A osga da Aparecida (era parente da tua?) sabem sobreviver melhor do que nós nesse mundo revirado. Quem dera os animais todos pudessem usar as nuvens como tetos para fugir de todo o mal que a humanidade está fazendo. À eles e à nós mesmos.
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Magela Ranciaro (via FB) comentou:
19/09/2020
Li a crônica e, a cada belezura da escrita, meu coração chora tamanha é a descrição dos fatos... enfim, para que destino estamos indo? É possível ainda prever o destino a respeito do qual tanto o queremos?!?
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Mauricio Negro Silveira comentou:
19/09/2020